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Pesquisa diz que dois quartos é o tipo de habitação mais desejado por baianos

O ano de 2018 ainda não acabou, mas o que antes era visto pelo mercado imobiliário como uma esperança de retomada se consolidou como um novo fôlego para os negócios, já que entre janeiro e julho desse ano 4.018 imóveis novos foram vendidos em Salvador, volume que equivale a 70% das vendas registradas ao longo de todo o ano de 2017. Os dados são da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-Ba), que apresentou uma pesquisa em coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira (16) indicando que o balanço das vendas deve fechar o ano de forma positiva, impulsionado pelos apartamentos com dois quartos, o mais desejados pelos consumidores baianos segunda o estudo conduzido pela entidade. De acordo com o presidente da Ademi-Ba, Cláudio Cunha, a expectatia dos empresários é a de que as vendas em 2018 superem em até 7% as realizadas no ano passado.

Ainda segundo Cunha, a redução das taxas de crédito por parte das instituições bancárias e a reabertura da linha pró-cotista (permite o uso de recursos do FGTS) beneficiaram diretamente o segmento popular, que corresponde a 90% dos lançamentos em Salvador e a 100% dos empreendimentos no interior do estado. Ele ainda destaca que o novo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU), a nova Lei do Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo (Louos), proposto pela prefeitura, e o novo Código de Obras foram fundamentais para a criação de um ambiente com maior estabilidade e segurança jurídica para investidores e clientes.

“O estoque de imóveis na Bahia caiu de 3,2 mil em 2017, para 1,6 mil em julho deste ano. Esse resultado vem sendo puxado principalmente pelo segmento popular por conta da vantagem para o incorporador, que tem subsídio para construir, e o consumidor, que tem subsídio para comprar”, explica.

Um outro fator que impulsionou as vendas, segue Cunha, foi a promoção de eventos voltados para a comercialização de imóveis, a exemplo da Semana M², da própria Ademi-Ba, e o Feirão da Caixa, que aqueceram o calendário do setor no segundo trimestre do ano (abriol a junho). Só no Feirão, por exemplo, a MRV, construtora focada no segmento popular, garantiu a venda de 160 apartamentos. “As campanhas de vendas têm sido fundamentais para a melhoria dos nossos resultados. Agora com o Salão Imobiliário, que acontece  em novembro, estamos projetando fechar o ano com mais de 6 mil unidades comercializadas, o que já nos traz um crescimento de cerca de 7% em relação ao ano passado”, diz.

Perfil

Seguindo a tradição dos últimos anos, a planta de dois dormitórios tem reinado entre os lançamentos deste ano, seguida pelas opções de quatro e três quartos respectivamente. O dirigente prevê que a tendência será preservada no próximo ano, porém, com a presença de uma maior variedade de opções.

“No ano passado tivemos chegada de empreendimentos como o Duetto, Jazz e Liv, que apresentam a opção de apenas um quarto, e todos tiveram uma ótima resposta em vendas, isso indica que no próximo ciclo de lançamentos teremos imóveis mais compactos para atender uma grande demanda, nesse sentido”, diz.

Assim com os quarta e sala, os empreendimento tipo apart hotel e prédios com salas comerciais também devem ocupar uma fatia expressiva dos lançamentos previstos para o próximo ano.

Um outro dado revelado pela pesquisa foi a lista dos locais que alavancaram os negócios do mercado imobiliário baiano. O destaque fica para Salvador, sendo que o melhor resultado em vendas ficou por conta dos bairros Imbuí, Piatã, Patamares, Jardim Armação e Caminho das Árvores, locais que tiveram lançamentos ou entrega de chaves entre o ano passado e este ano.

Já no interior do estado, a Ademi-Ba, percebeu uma expansão na comercialização de imóveis em diversas regiões, principalmente em Feira de Santana, Camaçari, Alagoinhas, Cruz das Almas, Jequié, Jacobina, Mata de São João e Esplanada. Nessas regiões o segmento popular é soberano, correspondendo a 100% dos lançamentos. O sócio da Gráfico Empreendimentos Carlos Henrique Passos, que tem participado do mercado imobiliário do interior com empreendimentos em quatro município revelou um aumento de 78% nas vendas comparando os seis primeiros meses de 2018 com todo o ano de 2017.

Novo PDDU estimulou a desconcentração econômica de Salvador

O   Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) e a Lei de Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo (Louos) foram sancionados pelo prefeito ACM Neto há pouco mais de dois anos.  O PDDU contempla, entre outros pontos, incentivos para a indústria hoteleira, principalmente nas regiões de Itapuã e Stella Maris; aumenta a possibilidade de autonomia dos bairros com a permissão de construção de supermercados e centros comerciais, possibilitando descentralização da cidade. Tem ainda função social, uma vez que permite que áreas hoje consideradas sociais, como Gamboa e Calabar, possam ter farmácias e padarias, por exemplo.

O plano também prevê a criação de 39 parques municipais para garantir uma melhor arborização e lazer na cidade. Estabelece ainda a chamada “cota de solidariedade”, que obriga empreendimentos imobiliários  com mais de 20 mil metros quadrados de área construí da a destinar 5% da área para habitações de interesse social, na área do empreendimento ou fora dele.

Outros destaques são a criação da “outorga verde” e o reconhecimento dos territórios quilombolas remanescentes do Alto do Tororó e da Ilha de Maré.  Já a Louos compreende um conjunto de normas que estabelecem critérios e restrições para a implantação de empreendimentos e expansão urbana com base no PDDU.

Fonte: Correio 24 Horas

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