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Área do Associado

Moradores de áreas sob domínio de milícias se veem cada vez mais reféns; milicianos têm controle de serviços de gás, TV a cabo e transporte de vans.

A maior milícia do Rio de Janeiro tem ampliado o domínio de áreas, com a exploração criminosa de uma atividade nova. E nesta sexta-feira (27) foram libertadas mais 12 pessoas que tinham sido presas numa festa dessa mesma milícia, no começo de abril.

As famílias faziam vigília na porta do complexo de Bangu para esperar a saída de 23 presos. O Ministério Público disse que no momento não há provas contra eles. A polícia informou que vai continuar investigando o grupo.

A Justiça manteve a prisão de 21 suspeitos, que fariam parte da maior milícia do Rio.

Na Zona Oeste, o domínio da quadrilha vai além dos serviços de gás, TV a cabo e transporte de vans.

Do dia para a noite, os criminosos partiram para mais uma atividade: a exploração ilegal do mercado imobiliário. Passaram a fazer grilagem de áreas públicas em busca de mais lucro.

A imagem de satélite é de 2011. No local ficava uma praça. Tinha jardim, brinquedos e o alambrado cercava o campinho de futebol. Em 2015, o parquinho aparece quase na rua, perto de manilhas. Já nas imagens feitas na quinta-feira (16), o alambrado cerca toda a área, com algumas construções.

Moradores contam que a milícia se apropriou do terreno.

“Essa área no Lote 7 é toda ligada a miliciano. Portanto, na calada da noite, de um dia para o outro, tiraram brinquedo, alambrado, trave e fecharam tudo. Tinha até iluminação pública ali, tudo foi retirado para virar loteamento”.

As casas começaram a ser erguidas há dois anos. Num dos muros, um telefone anuncia a venda de uma unidade. Um homem identificado como Kléber dá o preço dos terrenos.

“Tem terreno ali de R$ 45 a R$ 100 mil”.

E admite que o loteamento é irregular.

“Escritura não tem. Só tem o nome dos herdeiros, tem documento do proprietário. Os herdeiros assinam e vai a cartório. Ali nada tem escritura, do início ao fim. Se a senhora viu que ali era uma praça, tinha um campo ali antigamente, é realidade”.

Nos últimos dias, moradores do bairro de Santa Cruz têm recebido propaganda de TV a cabo pirata. Quem não compra, se sente ameaçado.

“Ou você paga, ou você se muda”.

A população fica refém.

“Esse é um pedido de socorro porque a cada dia novos fatos. Começou com gás, passou agora para TV por assinatura, agora estão invadindo área pública e vendendo terreno não legalizado. A ameaça é constante”.

Clique aqui e assista o vídeo.

Fonte: Jornal Nacional

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