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Márcia e Júnior aproveitaram que os três filhos tinham ido almoçar com eles, no último domingo, para comunicar uma decisão muito importante. Tinham decidido se separar, depois de 30 anos de casamento. Todos levaram um susto, até porque nunca presenciaram sequer uma discussão mais acalorada entre os pais. “Mas mãe, vocês sempre se deram tão bem”, comentou Elisa, a filha mais nova, que parecia estar em choque com a notícia. Os dois irmãos acenaram concordando com ela. Nenhum deles parecia estar acreditando naquelas palavras.

A mãe explicou que sim, eles sempre se deram muito bem. E que isto não havia mudado. O pai acrescentou que eles continuariam se dando muito bem no futuro. O respeito e a amizade seguiriam intocáveis. O que havia mudado é que ao longo dos anos eles perceberam que não havia mais amor _ de homem e mulher _ entre eles. E que ambos mereciam a chance de recomeçar suas vidas e, quem sabe, se apaixonar outra vez. Os filhos estão até agora tentando assimilar essa novidade. Júnior está morando no apartamento da praia e Márcia na casa na cidade.

A história deste casal de amigos não é mais uma exceção. Os índices de divórcio entre pessoas com idade acima dos 50 anos vem aumentando ao longo do tempo. Nos Estados Unidos, por exemplo, as taxas de divórcio entre cinquentenários dobraram desde a década de 1990. Entre as pessoas com 65 anos ou mais, as separações triplicaram nas últimas duas décadas. Embora, em números absolutos, os mais jovens se separem numa proporção maior, já são bem nítidas algumas mudanças de comportamento: como as pessoas estão se casando mais tarde, o número de divórcios entre os 25 e 39 anos caiu. Em compensação, o fim dos casamentos acima dos 50 estaria relacionado ao envelhecimento dos baby boomers, a geração nascida entre 1946 e 1964. Eles passaram a aceitar que, com o aumento da longevidade, viver eternamente uma relação infeliz não era mais condição obrigatória.

Com a perspectiva de ter pelo menos mais 30 anos pela frente, os “grisalhos” da faixa dos 50/ 60 estão decididos a colocar um ponto final em relacionamentos que não dão mais certo. A longevidade é um fator que ganha cada vez mais peso: com a perspectiva de ter 20 ou 30 anos pela frente, por que insistir num relacionamento fracassado, ainda mais com filhos crescidos? Não vale a pena investir num caminho próprio de autoconhecimento, independência e realizações? A independência financeira das mulheres (da maioria, pelo menos) também facilita este processo de separação e recomeço. Não à toa tem se tornado cada dia mais frequente encontrar homens e mulheres desta faixa etária viajando felizes e sozinhos, namorando, encontrando novas pessoas em sites de relacionamento e fazendo novos planos para a segunda metade da vida. Que sejam felizes.

​​Fonte: NSC Total

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